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BOOKER T. WASHINGTON

land, o embaixador americano, general H. Porter, que dedicou um discurso á minha pessoa e á influencia que poderia ter na questão das raças o instituto de Tuskegee. A minha resposta causou impressão favoravel e determinou outros convites, que recusei porque o meu intuito era descançar. Abri uma excepção para a capella americana, onde tive como ouvintes o general Harrison, o general Porter e outros cavalheiros influentes.

Alguns dias depois comparecemos a uma recepção na embaixada americana e travámos conhecimento com dois magistrados, os juizes Fuller e Harlan, do supremo tribunal dos Estados Unidos. Emquanto estivemos na França, o embaixador americano e sua senhora tiveram para nós toda a sorte de gentilezas.

Em Paris conhecemos o pintor negro Henry O. Tanner e vimos com prazer que elle desfructava reputação invejavel nos meios artisticos e era respeitado em todas as classes da sociedade. Transmittindo a alguns amigos a intenção de ir ver no museu do Luxemburgo a tela dum preto americano, percebemos que nos ouviam com surpresa e duvida. Só admittiram a existencia do pintor depois que foram examinar o quadro.

O exemplo do sr. Tanner fortaleceu-me a convicção que não cesso de communicar aos meus alumnos. O negro subirá quando se tornar indis-