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BOOKER T. WASHINGTON

O general ficou dois mezes comnosco, e embora quasi não pudesse falar nem mexer-se, empregou esse tempo combinando planos em beneficio do Sul. Repetidamente me affirmou que o paiz tinha o dever de melhorar, não apenas a condição do negro, mas a do pobre de raça branca. Prometti a mim mesmo dedicar-me com mais vigor á tarefa que me havia imposto. Se um homem tão acabado era capaz de pensar bem e trabalhar bem, eu, criatura robusta, não podia ser menos esforçado.

Semanas depois da visita que nos fez, o general Armstrong morreu. E por isso me relacionei com um nobre caracter, uma das pessoas mais encantadoras que já conheci: o reverendo dr. Hollis B. Frissell, hoje director do instituto de Hampton. Sob a sua direcção, a escola continuou a prosperar, mas parece que o desejo desse homem capaz e modesto é conservar-se na sombra, tudo imputar ao seu illustre antecessor.

Alguem me perguntou um dia qual foi a maior surpresa que experimentei. Certamente foi uma carta recebida um domingo pela manhã, na minha casa em Tuskegee, quando parolava com a familia na varanda: